9 de abril de 2009

Uma cadeia de sons (2007)




Armchair Apocrypha, último álbum de Andrew Bird, é um mapa belo, que nos leva até à (quase literal) aceitação do apocalipse.

De certa forma, todo o álbum é um caminho que nos explica como e porque é inevitável, aos olhos do cantor, o mundo estar a acabar tal como o conhecemos. Um retrato pessimista de muitas das coisas que envolvem a vida contemporânea, embebido numa exaltação da natureza, da qual Andrew Bird pretende fazer parte, ao lado de outros pássaros de piar perfeito.

Adivinhamos nas suas canções um Andrew Bird no baile de finalistas do seu liceu, tímido e desgrenhado, ausente da sala de dança e imerso num sonho com instrumentos perdidos e muitos detalhes.



Ao ouvir Armchair Apocrypha podemos, por vezes, imaginar-nos num mundo de ficção científica, onde os heróis sãos os médicos, as doenças os problemas, onde todos somos hipocondríacos incuráveis, e que por isso não conseguimos ver o mundo real. Uma metáfora para um mundo de tecnologias que rejeita a sua essência, e se arruína. Andrew Bird castiga a vida sequencial a que a sociedade nos condena, talvez nos queira propor um certo hedonismo, ou então apenas algum raciocínio, através dos seus harmoniosos sons. Fala-nos em cidades de plástico, exalta um império revolucionário que, de certa
forma, à maneira do mundo retratado por Ray Bradbury, queime os nossos maus vícios.



Andrew Bird é, acima de tudo, um grande músico que usa todo o seu conhecimento clássico para criar um universo musical como quem cria cidades, de arquitectura algo moderna, compostas por pequenas casas, cheias de pormenores, escolhidos a dedo e todos definidos e construídos por ele. Em busca da sua perfeição.

1 comentário:

Anónimo disse...

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Te cambiara la vida!!!
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