15 de fevereiro de 2009

Asas e coisas que tais

És preto contra o céu branco, demasiado branco.
Voas inconstante

De cima
Para baixo
Da esquerda
Para a
Direita
Sentes, cortantes, as pedras cristais geladas contra as tuas asas.
Já não te sabes guiar através dos tijolos que brotaram para além dos ramos.
Estás tão confuso e dorido como cada um de nós, no solo, protegidos pelos tejadilhos.
Andamos todos assarapantados.

. . .


Figuras baças da noite são iluminadas pelos candeeiros da cidade e pela solidão dos dias.
Espreitam a cada esquina e reviram os olhos de medo.
Encontram na transparência do copo cheio (depois vazio) o calor que lhes chega ao peito duro.
Molham os lábios secos e contemplam as ruas através daquele vidro embaciado
Batem com o pé e afagam os queixos para acalmar o que não gritam
No fim esvoaçam pela madrugada em direcção ao rio.

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