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28 de setembro de 2009

Que dois





14 de abril de 2009

Noble Beast


Noble Beast é a nova fábula de Andrew Bird. É povoada pelos já tão familiares staccatos, assobios, arranhões e bichos. 



Se tivessem faltado a Andrew Bird algumas das condições necessárias  para ser um primoroso músico, daqui a uns anos ele seria, com certeza, uma personagem parecida com o mais velho habitante do bairro Christiania aka Free City, em Copenhaga, que toca violino e vive num quinto andar, rodeado por memórias e quinquilharias, e sem elevador.
No seu novo albúm Andrew Bird  oferece-nos sons da natureza, dos portos e cidades por onde viajou, donde trouxe ritmos cadenciados e olhares, e faz-nos escutar o clamor de um que acredita ser, primeiro de tudo, animal.
Os relatos poéticos e caminhos sonoros destas canções, construídas e interpretadas com agudeza e talento, revelam versos como: “so they took me to the hospital, they put my body through a scan, what they saw there would impress them all, for inside me grows a man...”
Constantes imagens, quase fantasmagóricas, que revelam a estranheza de um homem perante o mundo em que vive, e a frieza de uma sociedade desumanizada e avessa à mudança.



Andrew Bird proclama, mais uma vez, o nosso fim. Exalta a capacidade de cada um, enquanto partícula, entre tantas outras. Rejeita o ódio e a redenção perante o que é exigido ( "Love of hate acts as an axis, so procreate and pay your taxis"). Os seus medos estão em cada linha e persistem na renúncia à vida moderna. 
Novamente, e cada vez melhor, ele cria puzzles (i)lógicos em que as canções ganham perspectivas tão complexas que nos sentimos (agradavelmente) submersos pelos seus pensamentos engenhosos.
Podemos olhar para este conjunto de liberdades criativas de Andrew Bird quase como um manifesto pela preservação da relíquia que é a vida individual. Um longo exercício sobre o desastre do nosso projecto enquanto sociedade.
Imagino que o seu desejo seja poder continuar a ouvir a natureza e os seus sons, aqueles que tão bem utiliza e recria.

editado aqui

13 de abril de 2009

Animal





9 de abril de 2009

Uma cadeia de sons (2007)




Armchair Apocrypha, último álbum de Andrew Bird, é um mapa belo, que nos leva até à (quase literal) aceitação do apocalipse.

De certa forma, todo o álbum é um caminho que nos explica como e porque é inevitável, aos olhos do cantor, o mundo estar a acabar tal como o conhecemos. Um retrato pessimista de muitas das coisas que envolvem a vida contemporânea, embebido numa exaltação da natureza, da qual Andrew Bird pretende fazer parte, ao lado de outros pássaros de piar perfeito.

Adivinhamos nas suas canções um Andrew Bird no baile de finalistas do seu liceu, tímido e desgrenhado, ausente da sala de dança e imerso num sonho com instrumentos perdidos e muitos detalhes.



Ao ouvir Armchair Apocrypha podemos, por vezes, imaginar-nos num mundo de ficção científica, onde os heróis sãos os médicos, as doenças os problemas, onde todos somos hipocondríacos incuráveis, e que por isso não conseguimos ver o mundo real. Uma metáfora para um mundo de tecnologias que rejeita a sua essência, e se arruína. Andrew Bird castiga a vida sequencial a que a sociedade nos condena, talvez nos queira propor um certo hedonismo, ou então apenas algum raciocínio, através dos seus harmoniosos sons. Fala-nos em cidades de plástico, exalta um império revolucionário que, de certa
forma, à maneira do mundo retratado por Ray Bradbury, queime os nossos maus vícios.



Andrew Bird é, acima de tudo, um grande músico que usa todo o seu conhecimento clássico para criar um universo musical como quem cria cidades, de arquitectura algo moderna, compostas por pequenas casas, cheias de pormenores, escolhidos a dedo e todos definidos e construídos por ele. Em busca da sua perfeição.

26 de março de 2009

Notícias da semana





25 de Maio no Cinema São Jorge




30 de Julho - Pavilhão atlântico