Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
O esplendor, respeitinho!
26 de abril de 2010
Sou eu ou isto faz lembrar alguma coisa?
15 de dezembro de 2009
O Medo
Mas se insistirem, lhes digo,
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo.
E cedo porque me embala
Num vai-vem de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Gritar quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim
Gostava até de matar-me,
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
12 de dezembro de 2009
8 de setembro de 2009
A nação em Londres (2)
4 de setembro de 2009
13 de agosto de 2009
3 de agosto de 2009
1 de agosto de 2009
A nação em Londres

26 de julho de 2009
Por cá e por lá
10 de julho de 2009
Irremediável
Cada vez que saio de Portugal, sempre na maior das ânsias para partir, e vivo durante um tempo noutro país, deparo-me com a minha incongruência.
Portugal tem rédeas que não suporto, mas sou irremediavelmente Portuguesa.
Afinal é em Portugal que está a minha expressão mais clara, os meus outros corações, as paisagens que melhor conheço.
Sempre que saio de Portugal deparo-me com o facto de que viver noutro lugar é arrancar um pouco da minha pele.
Gosto de sair de Portugal e melhorar - aprender a viver melhor. Misturar modos de vida de outros lugares e levá-los de volta para a minha cidade. Mas Lisboa não muda, e eu mudo.
As rédeas, e os homens que as tomam, prendem Lisboa, e o sítio de onde sou, de repente, não é o que desejo, mas é onde pertenço.
21 de abril de 2009
18 de março de 2009
Um poema por dia
CHUVA OBLÍQUA
"Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
Os vultos ao sol daquelas árvores antigas...
O porto que sonho é sombrio e pálido
E esta paisagem é cheia de sol deste lado...
Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol...
Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo...
O vulto do cais é a estrada nítida e calma
Que se levanta e se ergue como um muro,
E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
Com uma horizontalidade vertical,
E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro...
Não sei quem me sonho...
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
e vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma (...) "
Fernando Pessoa
9 de março de 2009
Casta de estudantes
Queres continuar a ser estudante,
E encontrar refúgio na estante,
Bolorenta,
Metáfora para os ideais da nossa gente.
O nosso presente decai,
E nem penses que podes ficar para trás.
Pensas que és diferente mas não te podes alimentar só de chás.
Fica a contemplar, outras filosofias,
Os livros vão pesar no teu intelecto.
A barriga, vazia, não te vai deixar pensar.
Talvez rastejes na rua, ou tentes lutar.
O subúrbio vai acabar na calçada esbranquiçada pela anemia que nos vai dar